Homologação/Manutenção de percursos

Viva,

Gostaria de colocar uma dúvida, sobre as homologações de percursos pedestres em Portugal.

Pelo que me apercebi, são feitas pela Federação Portuguesa de Campismo e Montanhismo de Portugal.

Mas qual o seu valor real? Quais as garantias de um percurso homologado? Como sei se os percursos de uma entidade promotora estão homologados e cumprem os requisitos mínimos de manutenção?

Deixo aqui um exemplo:

Porque é que no mesmo Concelho como Arcos de Valdevez, há percursos homologados, como os do Parque Nacional da Peneda Gerês e outros aparentemente sem homologação, como os da Valimar, sendo que há até um caso em que dois trilhos se sobrepõem e têm nomes algo coincidentes. Refiro-me ao trilho Interpretativo do Mezio do PNPG, homologado e o Trilho do Mezio - Ribeira de Vilela da Valimar que pelo menos não consta na base de dados da FCMP. Ambos começam no mesmo local. O da Valimar não tem placa de início de percurso (eu nunca a encontrei e já o fiz 3 vezes). Como eu, já falei com outros pedestrianistas que não tomaram muita muita atenção à placa de início de percurso, começaram a fazer o da Ribeira de Vilela com 10 km, e pelas marcas, foram dirigidos ao do PNPG, de 1,8 km. É claro que ficamos espantados que em uma hora ou menos, onde nada bateu certo, com a descrição e mapa, chegamos à placa de final do trilho.

Isto é uma situação excepcional, dos concelhos de Ponte da Barca e Arcos e Valdevez, por onde ando bastante, ou generalizada?

Por último e a propósito dos percursos da Valimar, tenho encontrado diversos, problemas de má marcação e manutenção. Quem estiver interessado, pode ver um tópico sobre este assunto no meu blogue (link em baixo da assinatura).



Até breve!

Manel
http://aromancias.blogspot.com/search/label/Pedestrianismo

Manel escreveu:
Gostaria de colocar uma dúvida, sobre as homologações de percursos pedestres em Portugal.
Pelo que me apercebi, são feitas pela Federação Portuguesa de Campismo e Montanhismo de Portugal.
Mas qual o seu valor real? Quais as garantias de um percurso homologado? Como sei se os percursos de uma entidade promotora estão homologados e cumprem os requisitos mínimos de manutenção?

Olá e bem-vindo ao fórum.
Realmente não sei muito bem se existe (penso que não) uma verificação regular dos percursos. Acho que eles são criados e homologados e, em seguida, alguns caem em desuso, até que se chegue ao cúmulo de criar outros por perto...
Também conheço um caso em Arouca de um percurso que foi inaugurado "à pressão" (por questões políticas?) e que depois foi abandonado. Algumas marcações ainda se podem encontrar, mas parece-me que não terá sido submetido à homologação.
Encontrei os links da legislação sobre os percursos. Se quiseres ler, podes encontrar aqui:
Regulamento de Homologação de Percursos Pedestres
Registo Nacional de Percursos Pedestres
Taxas de Registo e Homologação de Percursos
Normas de Funcionamento - Montanhismo e Pedestrianismo - Candidatura e subsídio às Actividades Nacionais
Formulário de candidatura ao Calendário Nacional de Actividades

Darasola,

Obrigado por partilhares a tua experiência. Eu consultei os links que referiste antes de criar este tópico. São os conteúdos formais da Federação no o seu processo de homologação de percursos (burocracia).

Só que a seguir, surgem as dúvidas. O que vale esta homologação? se são cumpridos os critérios de manutenção enunciados? e como se distinguem percursos homologados de não homologados. Já agora. Na era digital, onde toda a gente tem um site, não seria no mínimo aconselhável, os promotores dos percursos manterem um espaço online, onde anunciassem o estado do percurso (se está operacional, com problemas de manutenção, intransitável, com problemas de acessos, a melhor altura para o fazer...). A http://www.fgmontanismo.com/rutas003.html
presta este serviço. E em Portugal a Câmara Municipal de Arouca, ou os trilhos do Gerês, no site do ICNB também têm este tipo de referências, quando necessárias.

Seria desejável que tivéssemos um pouco mais de ordem e segurança na gestão, manutenção e marcação dos percursos. Afinal, não estamos a falar de quantias nem infraestruturas super-avultadas. Com um pouco de criatividade, proposta de patrocínios a marcas que querem estar conotadas a um estilo de vida saudável (até as gasolineiras hoje em dia o fazem!) é possível arranjar recursos para estes objectivos.

Até breve!

Manel

Há um texto curioso que contesta a legitimidade da FCMP para homologar percursos pedestres. Afirmando que esta tarefa é da responsabilidade das autarquias. O link é este. Até concordo com alguns pontos de vista aqui mencionados.

O trilho da Pedra Alçada, na Serra D'Arga em Caminha, não tem praticamente marcas e há lugares intransitáveis. Hoje deu-me para expor a situação por email à autarquia. Obtive imediata resposta do Vereador do Turismo, dizendo que estão a proceder à remarcação de e outros trilhos bem como a melhoria na circulação dos mesmos. Avançou ainda que estes aspectos decorrem dos incêndios de 2005. Agradeci o email e sugeri apenas que essa informação fosse anexa ao site da Valimar, promotora do circuito, donde fiz o download do folheto. Uma autarquia com quem se pode dialogar, já é bom.

Quanto à congénere de Ponte da Barca, tem uma página com os pdf´s dos percursos e em rodapé lê-se isto:
"Obs: A marcação, manutenção e bom funcionamento dos percursos apresentados são da responsabilidade das entidades promotoras dos mesmos."

Ou seja a Valimar promotora, não responde aos emails e a Câmara lava as mãos de qualquer responsabilidade. É claro que há autarquias que funcionam melhores que outras. Nunca tive nenhum problema nos percursos de Paredes do Coura por exemplo, nem de Terras do Bouro ou Arouca. Agora em Ponte da Barca, valham-nos os bombeiros.

Até breve!

Manel

Situações destas, vão continuar a surgir, a sinalização vertical de maior parte dos trilhos é vandalizada e roubada, pois eu recordo-me de ter feito este trilho e tinha placa de inicio e tinha também uma placa de indicação de 2 trilhos o da valimar e o do Mezio do PNPG, mas isso já lá vai há pelo menos uns 6 anos. Não há manutenção dos percursos, as pessoas perdem-se,é verdade, mas há uma coisa fundamental para um pedestrianista, que é saber ler uma cartografia militar, assim estas situações deixavam de acontecer, as pessoas dentro de um percurso marcado que não seja mantido, sabendo ler a cartografia militar, podem percorrer o trilho sem problemas.

Digo eu que gosto da natureza com poucas marcas humanas...

Cumprimentos Amanita.